Economia: entendo a divida pública do Brasil e seu constante crescimento

em 28/10/2015

Oi gente! Hoje o tema é polêmico, mas vamos lá! Vamos supor que em um determinado mês você gastou mais dinheiro do que ganhou. O que acontece? Se você tem alguma poupança acumulada, você terá que diminuí-la para cobrir a despesa. E se não tem poupança? Aí você terá que pegar emprestado, logo sua dívida irá aumentar.



Basicamente é isso que está acontecendo com o governo brasileiro: ele gasta mais do que arrecada. Essa diferença é coberta com emissão de dívida pública, no caso, título públicos, que são papéis que prometem determinado pagamento em seu vencimento, que virá no futuro. Consequentemente a dívida vai aumentando.

Ai entra o tão falado ajuste fiscal, que nada mais é do que a tentativa do Governo federal de gastar menos do que arrecada, com o objetivo de reduzir a velocidade de acumulação dessa dívida.

Detalhe, uma dívida mais alta está associada a um custo mais elevado para mantê-lo, por causa dos juros pagos aos credores. O que talvez pelos credores pode ser visto como algo arriscado, pois estes temem não receber de volta o que foi combinado. Por isso passam a exigir taxas de juros mais elevadas devido ao endividamento o que piora a situação do nosso governo.

O Banco Central luta para baixar a inflação (lembrando que ele é a instituição responsável pelo controle da inflação, cuja missão e assegurar o valor da moeda). E, para isso, faz uso de uma política monetária restritiva que aumenta os juros. Logo, tudo isso contribui para elevar a dívida brasileira.

Eu sei que é difícil querer comparar a economia de um país desenvolvido com um emergente, mas aqui se faz necessário. Pegamos como exemplo os Estados Unidos, o que mostra em seu histórico é que a última vez que o país viveu sem dívida pública foi em 1835 é impressionante como ele se desenvolveu nos últimos 180 anos. Não acham? E esse ano a dívida deles já correspondia a 102,98% do PIB. Podemos citar vários países que estão se desenvolvendo e com dividas maiores ou iguais ao seu PIB, como o Japão que possui a divida pública correspondente a 230% do PIB, Bélgica 106,50% do PIB, Itália tem a divida de 132, 30% do PIB, na Alemanha a divida corresponde a 74,70% do PIB enquanto no Brasil a divida acumula quase 60% do PIB.

O fato é que a economia precisa de uma quantidade de dívida pública para funcionar bem. Uma das resposta é que emitir dívida é uma maneira de pagar por coisas úteis, e deveríamos fazer isso mais se o preço estiver adequado. Voltando aos Estados Unidos, assim como nós eles sofrem diversas deficiências em termos de estradas, ferrovias, sistemas de água e esgotos; enquanto isso, o governo federal pode pedir dinheiro emprestado com taxas de juros mais baixos, demonstrando um bom momento para contrair empréstimos e investir no futuro. Ou seja, nesse momento seria péssimo se houvesse uma queda do gasto publico em construção, considerando-se o crescimento populacional e a inflação.

O que pode ser feito? Se nos limitamos a aumentar as taxas de juros, como alguns analistas financeiros insistem em pedir, a nossa recuperação fica comprometida. Ou seja, o que precisamos são de políticas que permitam taxas mais altas em época de prosperidade, sem provocar uma crise.

Escutando os rabugentos fiscais, os governos não só continuam golpeando uma economia que já está mal, como acabam prolongando a crise. E é bem possível que eles tenham nos deixado mais propensos a novas crises futuramente.

Em suma, através do histórico das crises que o Brasil viveu pode-se ter certeza que conter os gastos não é a saída, ao contrário, momento como esses são os que o governo deveria aumentar seus gastos ao invés de atender pedidos de prudência e responsabilidade fiscal.

Gente, qualquer duvida em relação ao que escrevi podem me perguntar. Pode ser que tenha ficado confuso alguns pontos, mas dai me contatem que tento responder suas duvidas.

Beijos, Fran.

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